terça-feira, 16 de setembro de 2008

Lendo-me no poema - Martha Medeiros

O muro quase branco pede um testemunho grafitado

A mesa empoeirada pede um poema rabiscado com o dedo

O carro sujo pede um Vilma Ama João no vidro traseiro

A areia da praia pede um coração desenhado com um pedaço de pau.

Mas a onda apaga todas as declarações impulsivas

A mangueira limpa as confissões automotivas

O poema some do perfex da criada

E o grafite é condenado pela prefeitura.

Duram mais os amores silenciados...

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