sábado, 18 de outubro de 2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
domingo, 21 de setembro de 2008
(Martha Medeiros)
sábado, 20 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Constante e doce entrega - Laisa Rosinki
Carta de Clara para Bia (livro Tudo q eu queria t dizer) Martha Medeiros
"Bia, minha doçura,
não não não, está proibida de ficar triste, pro-i-bi-da! Pirou? Perdeu a noção do perigo?
Caramba, como é que uma mulher como você pode se deixar abater pelo final de um romancezinho à-toa?
Sorry, sei que não foi à-toa, que você curtiu, foi bacana, tá bom, tá bom, é que, como não participei, não vi nada, mal conheço vcs dois juntos.
Mas puta que pariu, não pode ficar abalada desse jeito! Não você!
Não minha Biazinha, não minha amigona, minha fortaleza.
Você desmoronar é o prenúncio do fim do mundo, proíbo, não deixo.
Ahhhhhhh, tá bom. Sei que é foda.
Dor de cotovelo é pior que arrancar um siso, pior que fratura exposta - aliás, é uma fratura exposta. A gente fica ali vendo o osso pra fora, doendo feito a morte, e pensando se a coisa vai voltar pro lugar, se vamos andar de novo, se é possível tocar a vida sem se sentir um aleijado.
Pô, se vc não conseguir, quem vai?
Bia, chore escondido, se esparrame na cama e molhe o travesseiro, faça aquele numero q todo mundo conhece: chamar a si mesma de imbecil e decretar que nunca mais, nunca mais... Ora, nunca mais amar, nunca mais acreditar nas palavras bonitas desses sacanas, nunca mais tudo!
Dê seu show particular, reprise o dramalhão algumas noites, e depois enxugue essas lágrimas e volte pra vida.
Pra vida! Elé é o único homem do mundo? Não, né?
Você disse que foi uma espécie de milagre a história de vcs acontecer, então, minha santa, quem faz um, faz outro, aproveite o know-how e dá-lhe milagre!
Vc já fez tanto por vc, já foi tão longe, não vai entregar os pontos agora, nem pensar.
Eu queria estar aí em Porto Alegre pra segurar sua mão, pentar seus cabelos te levar para um shopping e dar um up nesse seu astral moribundo
-Vc ainda detesta shopping? Menina, que DNA defeituoso esse seu, me explica como alguém pode não gostar de comprar.
Gostando ou não, prometa que vai esta semana entrar numa loja bem cara e sair de lá com um monte de roupas que vc não sabe onde irá usar.
Ajuda, claro que ajuda. E nem ouse ler os e-mails dele, ver as fotos dele, lembrar dele!
Lobodomia autorizada, lacre essa parte do cérebro, a da memória.
Não lembre nada, não viva pra trás: planeje!
Foque no futuro: uma viagem, um projeto profissional, novos amigos, novos hábitos!
Encoraje-se, o verão está chegando e você está magra, magérrima! Bote esse corpão numa praia espalhe esse sorriso lindo e você vai ver o que acontece, Milagres!!
Não pergunte por mim, eu poderia ser animadora de auditório, mas quando se trata da minha própria vida é uma desolação.
Estou sem ninguém há séculos, aqui em SP sou a mulher invisível, poderia entrar num restaurante e sair sem pagar que ninguém viria cobrar a conta, já é um superpoder, não é?
Mas eu me acostumei com isso e nem dou mais bola, mas vc, Biazinha, vc é de outra linhagem, é uma mulher que precisa, pre-ci-sa estar amando, estar apaixonada, e vc exige estar sempre possuída por um encantamento.
Eu estive com você lá atras naqueles tempos duros e solitários, e sei que você merece um arrebatamento mais do que minha irmã até.
Não conte pra ela senão ela apertará aquelas duas mãos gordas no meu pescoço.
Bia, o que posso fazer de concreto a nao ser te potar essa pilha inútil?
Pensa que eu não sei que palavras não servem pra nada? Pra nada.
Sofrer por amor é um atraso de vida, e não há remédio que entorpeça a dor, que amenize, que anestesie, nada, nada, antidepressivo não funciona nessa hora, e cocaína não ouse...
A indústria farmacêutica ainda está muito atrasada em relação à corações feridos, não acha?Psiquiatra, que tal?
Conheço vc, é durona, vai resistir, vai sobreviver a mais essa rasteira.
Biazinha, eu sei de pelo menos três homens alucinados por vc, q largariam família, emprego, amante, saltariam de um foguete em movimento para voltar pra Terra e te pegar, então escuta, trata de sentar, respirar, ficar bonitinha e avaliar os candidatos.
Tô enxergando vc aí puta da vida do outro lado, dizendo que não quer saber de ninguém, só dele...
Esses homens! Como ficam importantes depois que somem. Antes você nem dava muita bola pra ele, agora olhe você.
Vai superar, belezoca. Um pouquinho de paciência e champanhe e vc melhora rapidinho.
Bia, não sei dizer coisas sérias e inteligentes que dizem nossas outras amigas, elas devem estar se sentindo mais úteis do que eu nesse momento, mas daqui de longe tudo que eu posso fazer é te mandar essas letras de apoio do meu jeito atrapalhado e sem conteúdo,
sou assim na alegria na tristeza, no amor e na doença, um traste que não sabe dizer coisas profundas mas que te abraça e beija, kisses!
A teoria do biscoito - Martha Medeiros
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
As cem razões que o amor desconhece - Martha Medeiros
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Costuma ser despertado mais pelas flechas do Cupido do que por uma ficha limpa.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário, ele adora o Planet Hemp, que você não suporta. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, mas você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, ele adora animais, ele escreve poemas. Por que você ama esse cara? Não pergunte pra mim.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou murchar, você levou-a para conhecer sua mãe e ela foi de blusa transparente. Você gosta de rock e ela de MPB, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano-Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são referências, só. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó. Mas só o seu amor consegue ser do jeito que ele é.
Um novo amor pra esquecer - Martha Medeiros
De fato, um novo amor, sendo amor mesmo, é o que funciona para quem quer partir para outra. O probleminha está nesse "sendo amor mesmo" , já que raramente é. Às vezes, a gente sabe desde o início que o tal novo amor é apenas um passatempo, um elixir contra a solidão. Se você for do tipo que não olha pra trás, que leva tudo numa boa, que tem como esporte preferido fazer a fila andar (seja com quem for), boa sorte, está salvo. Mas se isso for apenas uma fachada e no fundo você for hipersensível, esse novo amor pode ter um efeito contrário: confirmar a força do amor anterior.
Até parece fácil. Um amor se vai e a gente grita da janela: próximo! Só que esse próximo vai te beijar de uma maneira diferente, vai ter um papo diferente, vai ter hábitos diferentes. Animador? Sei não. Isso tudo pode apenas te entorpecer em vez de te curar.
Isso tudo pode apenas te entorpecer em vez de te curar. Se a relação que terminou tiver sido muito forte e séria, essa troca de bastão instantânea pode gerar uma saudade absurda daquele que se foi. Vale a pena correr o risco?
Tudo é risco na vida, mas, nesses momentos, prefiro ficar na minha. Claro que não coloco um cinto de castidade e me fecho para o mundo - se por um acaso surgir alguém que me desperte a imaginação e os hormônios, quem sabe? Mas não procuro nada. Não ligo o radar. Não saio pra noite. Não fico na fissura por uma substituição imediata. Aproveito a entressafra para matar saudade de mim mesma, já que em toda relação a gente esquece um pouco de si, se doa, contemporiza, regateia, em alguns casos até invente um personagem. Sozinha, eu não preciso fazer concessões nem imposições - não é preciso negociar. Vou perder uma oportunidade rara dessas?
Norman Mailer certa vez escreveu: " As pessoas procuram o amor como solução para todos os seus problemas, quando na verdade o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas". É isso aí. Primeiro aprendaa administrar seus conflitos e tristezas, aceite suas oscilações de humor, busque a serenidade, fortaleça sua auto-estima e ampare-se em si próprio, sem se valer de bengalas emocionais. Aí sim, feito o dever de casa, seu prêmio estará a caminho.
Pra me conquistar basta dizer tudo aquilo que nunca ouvi de ninguém, se vestir como homem e não como gay, me tocar sem medo, sem segredo , entrar e sair da rotina sem que eu note , me levar para lugares exóticos e lugares comuns , saber ficar em silêncio e assim me dizer tudo . Gostar de rock como eu gosto e de coisas que eu não gosto, compreender a vida como é e buscar o outro lado , saber a hora exata de ficar e ir embora mas não vá... (Martha Medeiros)
Diferença de necessidades - Martha Medeiros
Gastei bom pedaço da coluna transcrevendo esse parágrafo do excelente livro “A filha do canibal”, da espanhola Rosa Montero, pois eu não saberia descrever melhor a razão de tantos desencontros amorosos. O relato refere-se a um homem e uma mulher com alguma diferença de idade – ela é a mais velha, lógico, como tem se tornado comum hoje em dia. Muitas pessoas duvidam que uma relação assim possa dar certo. Claro que pode. Tudo pode dar certo e tudo pode dar errado, e a idade nada tem a ver com isso, é apenas um detalhe na certidão de nascimento. O que transforma nossa vida amorosa num melodrama é a diferença de necessidades. Aí não há casal que encontre seu ponto de apoio, seu eixo e seu futuro.
Um quer compromisso sério: para o outro, amar já é sério o suficiente. Um quer filhos, o outro nem em sonhos. Um quer uma casinha no meio do mato, o outro é curioso, precisa de informação, cinema, teatro, gente. Um valoriza a transa antes de tudo, o outro acha que conversar é importante também. Ao menos, os dois gostam de dançar.
Um quer se sentir o centro do universo, o outro quer incluí-lo no seu amplo universo. Um quer fugir da solidão, o outro aceita a solidão. Um não quer falar de suas dores, o outro pergunta demais. Um briga.
Os dois se amam, isso não se discute.
Um não precisa conhecer o mundo, o outro traz o mundo em si. Um é romântico para disfarçar a brutalidade, o outro é doce para despistar a secura. Um quer muito de tudo, o outro se contenta com o mínimo essencial. Nenhum dos dois liga pra dinheiro, mas o dinheiro quase sempre está no bolso de quem viveu mais. Um fica inseguro, o outro diz que nada disso importa, mas claro que importa.
Um quer que lhe dêem atenção 25 horas, o outro precisa que o esqueçam por uns instantes. Um quer aproveitar cada réstia de sol, o outro gostaria de dormir um pouco mais. Um gostaria de saber o que não sabe, o outro queria desaprender metade do que a vida lhe ensinou. Um precisa berrar, o outro chora.
Um quer ir embora e, ao mesmo tempo, não. O outro quer liberdade, mas a dois.
Então um se vai e deita em todas as camas, sofrendo. E o outro mergulha sozinho na dor, sobrevivendo.
Diferença de idade não existe. A necessidade secreta de cada um é que destrói ilusões e constrói o que está por vir.
terça-feira, 16 de setembro de 2008
A minha despedida.
Sabe, eu gosto muito de cartas, cartas são sempre tão cheias de sentimentos, escrever uma carta é dedicar mais do que palavras e tempo, escrever para alguém é dedicar seus pensamentos. Muitas cartas, assim como esta, nem são para serem enviadas, apenas lidas, relidas e picadas em pedacinhos por nós mesmos depois de algum tempo. Cartas são muito mais remetente do que destinatário. Esta então é pra você e para o nosso fim.
Não preciso de cabeçalho nem d introdução, vou direto ao ponto.
... O que difere os seres humanos dos demais pra mim é a consciência de suas escolhas, eu fiz a minha enquanto te amei e me entreguei a você e você fez a sua, de não viver esse amor. Me revolta, me entristece, me deprime, mais fazer o que? São as suas escolhas. Como disse, ao te amar escolhi me entregar de corpo e alma. O que me atordoou por muito tempo foram as conseqüências desse amor. Incalculado, incoerente, inaceitável... mais de minha parte amor! E eu acho o amor um puta de um sacana, ele chega, entra sem bater a porta, sem pedir licença, se instala dentro d nos e bummm. E como é inconveniente esse amor... injusto, definitivamente é injusto: “amor depende do outro e não depende de nada, é simplesmente amor” Este só deveria sucumbir para duas pessoas em igualdades de condição, eu só deveria me apaixonar por você se você se apaixonasse por mim também, seria tão mais fácil... tão menos doloroso... só aprenderíamos menos, mais nesse caso, acho que nem teríamos muito a aprender.
Se o amor fosse assim, brotado por dois corações, nós não teríamos problemas, não é mesmo? Pois afinidades tínhamos aos montes, interesses em comum de sobra e os desejos à transbordar. Mais não tínhamos o principal, duas pessoas a mercê do amor. Durante muito tempo eu achei que ele também chegaria a você, que uma hora você iria se tocar de que não precisava de mais nada alem de mim, e que não corria riscos em se entregar a esse sentimento. Mais isso você nunca percebeu, ou não quis perceber, ou melhor, essa não foi a sua escolha.
Sendo assim meio tonta e estúpida insisti num erro durante muito tempo, você sabe o quanto estivemos nessa, era só ver um indicio de que me amava e eu chegava aos céus. Meu maior equivoco talvez tenha sido minha transparência, você soube o tempo todo o quanto eu era sua. Mais essa relação não chegou ao fim por conta de erros ou falhas. Termina por ausência, incapacidade (o que é muito pior). Acho que esse é o pior tipo. Pois não existe culpa só rejeição. Você me quis ao seu lado, na sua cama, e em boa parte do tempo, só não quis me amar. Por me sentir dependente desse tão estúpido amor fui indo durante muito tempo, me remetendo as suas mais ridículas condições. Mais agora basta, e nem me venha você com esse charme barato, não me permito mais tal humilhação.
Então amor acaba? Acredito que não, ele vai estar sempre aqui, será minha eterna cicatriz, o que acabou foi a minha paciência.
Um novo grito ecoa no meu peito: eu quero mais! Muito mais! Mais não mais de você!
Porem, a principal relevância desta carta esta em te dizer que não quero levar as magoas, os choros e nem os arrependimentos. Isso só me diria o quanto fui burra. Levo somente as boas lembranças, os sorrisos, as minhas alegrias e tudo que valeu a pena.
Venho te revelar sua importância, você foi o homem que fez me mulher, que me fez me sentir desejada... Você foi um capitulo importante, mais já não é mais o protagonista da minha história, agora chegou a hora de amar me sentir amada.
Portanto Adeus.
Um adeus enfim tranqüilo.
Deborah Cocchiarale
Não era AMOR - Martha Medeiros
Lendo-me no poema - Martha Medeiros
O muro quase branco pede um testemunho grafitado
A mesa empoeirada pede um poema rabiscado com o dedo
O carro sujo pede um Vilma Ama João no vidro traseiro
A areia da praia pede um coração desenhado com um pedaço de pau.
Mas a onda apaga todas as declarações impulsivas
A mangueira limpa as confissões automotivas
O poema some do perfex da criada
E o grafite é condenado pela prefeitura.
Duram mais os amores silenciados...
Loucas e Santas ( Martha Medeiros)
Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
(Vinicius de Moraes)
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Ser de carne e osso
Tantos defeitos e tão desastroso
Quantas manias, fraquezas...
Ser de tantos pecados,
De arrependimentos e atos impensados.
Sendo assim me conforto!
Como é bom saber que não sou a única que erro.
Ser de uma delinqüência infantil,
De um entusiasmo juvenil
E de um fogo adolescente.
Ser de carne e osso
Que me pega de jeito e desliza no meu corpo,
Que me puxa pelos cabelos e me transborda de prazer.
Como te amo, ser de carne e osso
Por ser assim, como eu! Alguns defeitos, muitas duvidas
E banhado de uma deliciosa insensatez.
Ser de carne e osso, nada de divino. Puramente mortal,
só de carne e osso.
Deborah Cocchiarale
sábado, 12 de julho de 2008
Sera amor?
Ou sera pele, cheiro, toque...?
Uma amizade colorida? Uma birra?
Um desejo pelo proibido, o imoral, insensato, meio cafajeste? Então será o ato inconseqüente ? a prova da rebeldia sem nenhuma dose sabedoria?
Sera meu erro?
Meu vicio? Meu jogo? Minha fantasia?
Não sei ....
Só sei que é minha alegria!
D.M.H.C.
Mais uma de amor - Martha Medeiros
Amor é quando você acha que a pessoa com quem você se relacionava era egoísta, possessiva e infantilóide e isso não reduz em nada a sua saudade, não impede que a coisa que você mais gostaria neste instante é de estar tocando os cabelos daquela egoísta, possessiva e infantilóide.
Amor é quando você não compreende direito algumas coisas, mesmo tendo o QI mais elevado da turma, mesmo dominando o pensamento de Sócrates, Plutão e Nietzche. Perguntas simples ficam sem resposta, como por exemplo: como é que eu, sendo tão boa gente, tão honesto e com um coração tão grande, não consigo fazê-la perceber que ela seria a pessoa mais feliz do mundo ao meu lado?
Amor é quando você passa dias sem ver quem você ama, depois passam-se meses, e aí você conhece outra pessoa e passam-se décadas, e você já nem lembra mais do passado, e um dia qualquer de um ano qualquer você se olha no espelho e pensa: como é que eu consegui enganar a mim mesmo durante todo esse tempo?
Amor é quando você sente que seria capaz de amarrar o cadarço de um tênis com uma única mão ou de fazer a chuva parar só com a força do pensamento caso a pessoa que você ama lhe mandasse um sim deste tamanho.
Amor é quando você sabe tintim por tintim as razões que impedem o seu relacionamento de dar certo, é quando você tem certeza de que seriam muito infelizes juntos, é quando você não tem a menor esperança de um milagre acontecer, e essa sensatez toda não impede de fazê-lo chorar escondido quando ouve uma música careta que lembra os seus 14 anos, quando você acreditava em milagres.
Tudo isso pode parecer uma grande dor, mas é uma grande dádiva, porque a existência do amor está toda hora sendo lembrada. Dor é quando a gente está numa relação tão fácil, tão automática, tão prática e funcional que a gente até esquece que também é amor.
Eu, modo de usar - Martha Medeiros
mas não tão devagar que me faça dormir.
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar.
Acordo pela manhã com ótimo humor mas ...
permita que eu escove os dentes primeiro.
Toque muito em mim, principalmente nos cabelos
e minta sobre minha nocauteante beleza.
Tenho vida própria, me faça sentir saudades,
conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas
e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando
este tipo de herança de seus pais.
Viaje antes de me conhecer,
sofra antes de mim para reconhecer-me um porto,
um albergue da juventude.
Eu saio em conta, você não gastará muito comigo.
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras,
elas serão raras e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e,
não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada.
( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?).
Seja mais forte que eu e menos altruísta!
Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça,
gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço.
Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto:
boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado,
você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade.
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos.
Seja um pouco caseiro e um pouco da vida,
não de boate que isto é coisa de gente triste.
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra.
Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai.
Escolha um papel para você que ainda não
tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa,
uma louca que ache graça em tudo que rime com louca:
loba, boba, rouca, boca ...
Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal.
Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa,
apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ...
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora.
Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres,
tenha amigos e digam muitas bobagens juntos.
Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas.
Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções.
Me rapte!
Se nada disso funcionar ... experimente me amar !!!
aos olhos dos outros - Martha Medeiros
Passado um ano, o namorado encantador virou um marido bacana, e, passados 10 anos, o marido bacana virou um marido como outro qualquer: ronca à beça, faz uns comentários nada a ver e há muito que deixou de ser um gato. Você o ama, mas já não o admira. Perigo à vista.
Um dos maiores fermentos de um relacionamento amoroso é a admiração. É desanimante atravessar os dias sem sentir orgulho da pessoa que está vivendo ao nosso lado. É prioritário seguir para sempre pensando que ele é um bilhete premiado. A cada observação perspicaz que ele faz sobre um fato, a cada gesto de solidariedade para com um irmão, a cada bola dentro que ele dá no trabalho, é um alívio pensar: este é o cara que escolhi para estar comigo. Um sujeito legal.
Depois de muito tempo de convívio, a tendência é pensar que o sujeito é legal, sim, mas o namorado da Adriana tem mestrado e doutorado, o marido da Verônica pratica esporte radicais e o da Marina tem um senso de humor como nenhum outro. A grama do vizinho é sempre mais verde.
A rotina compromete nosso julgamento. Você anda achando que o amor da sua vida não está com essa bola toda? Saia mais com a sua turma e repare como o pessoal reage diante dele. Surpresa! Ele continua a fazer os outros rirem e a hipnotizar com o seu charme. Inclusive aquelas duas fulanas que se dizem suas amigas parecem bastante interessadas no material. Amor, vamos voltar pra casa?
Faça o teste. Quando nossos olhos ficam embaçados, nada como usar os olhos dos outros para voltar a valorizar o que é nosso.
Todo resto - Martha Medeiros
Certo e errado são convenções que se confirmam com meia dúzia de atitudes. Certo é ser gentil, respeitar os mais velhos, seguir uma dieta balanceada, dormir oito horas por dia, lembrar dos aniversários, trabalhar, estudar, casar e ter filhos, certo é morrer bem velho e com o dever cumprido. Errado é dar calote, repetir de ano, beber demais, fumar, se drogar, não programar um futuro decente, dar saltos sem rede. Todo mundo de acordo?
Todo mundo teoricamente de acordo, porem a vida não é feita de teorias. E o resto? E tudo aquilo que a gente mal consegue verbalizar, de tão intenso? Desejos, impulsos, fantasias, emoções. Ora, meia dúzia de normas preestabelecidas não dão conta do recado. Impossível enquadrar o que lateja, o que arde, o que grita dentro de nós.
Somos maduros e ao mesmo tempo infantis, por trás do nosso autocontrole há um desespero infernal. Possuímos uma criatividade insuspeita: inventamos musicas, amores e problemas, e somos curiosos, queremos espiar pelo buraco da fechadura do mundo para descobrir o que não nos contaram. Todo o resto.
O amor é certo, o ódio é errado, e resto é uma montanha de outros sentimentos, uma solidão gigantesca, muita confusão, desassossego, saudades cortantes, necessidade de afeto e urgências sexuais que não se adaptam as regras do bom comportamento. Há bilhetes guardados no fundo das gavetas que contariam outra versão da nossa historia, caso viessem a publico.
Todo o resto é o que nos assombra: as escolhas não feitas, os beijos não dados, as decisões não tomadas, os mandamentos que não obedecemos ou que obedecemos bem demais – a troco de que fomos tão bonzinhos?
Há o certo, o errado e aquilo que nos da medo, que nos atrai que nos sufoca que nos entorpece.
O certo é ser magro, bonito, rico e educado, o errado é ser gordo, feio, pobre e analfabeto, e o resto nada tem a ver com esses reducionismos: é nossa fome por idéias novas, é nosso rosto que se transforma com o tempo, são nossas cicatrizes de estimação, nossos erros e desilusões.
Todo o resto é muito mais vasto. É nossa porra-louquice, nossa ausência de certezas, nossos silêncios inquisidores, a pureza e a inocência que se mantêm vivas dentro de nós, mas que ninguém percebe, só porque crescemos. A maturidade é um álibi frágil. Seguimos com uma alma de criança que finge saber direitinho tudo o que deve ser feito, mas que no fundo entende muito pouco sobre as engrenagens do mundo. Todo o resto é tudo que ninguém aplaude e ninguém vaia, porque ninguém vê.
Razoavelmente Felizes - Martha Medeiros
Que tal aquele garotão ali, não estará avulso, disponível? Não, não estará. O garotão sarado tem uma namorada linda, eles correm no calçadão todas as manhãs, parecem um casal de propagandas de leite desnatado, e não pense que são dois descerebrados: são inteligentes, belos, saudáveis, possuem um bom papo, estão de bem com a vida, adoram viajar pra Europa, comprar livros de arte e alugar DVDs. Mas não têm feito nada disso, correm no calçadão porque é de graça, nuca estiveram tão duros. Ela, arquiteta, está sem um projeto há cinco meses. Ele, engenheiro e igualmente desempregado, tem segurando a barra dando aula particular de italiano. Sabe quantas pessoas estão a fim de aprender italiano?
Aquela senhora ali quer. Está doente para aprender italiano. Já se aposentou, os filhosestão bem criados e distribuídos pelo mundo, e o marido segue ativa em todos os sentidos. Ela nunca se sentiu tão linda depois que fez vários reparos faciais e vive num megaapartamento com vista para todo o azul e todo o verde da cidade, e o tempo que lhe sobra é igualmente escancarado: está lhe faltando uma compromisso, uma ocupação, um sentido para a vida. Aprender italiano, fazer origami, um curso de roteiros, alguém leh dê uma idéia que a deixe mais do que razoavelmente feliz, que a deixe insuportavelmente feliz.
“Vendem-se idéias”, está no anúncio da agência de publicidade cujo dono é aquele sujeito ali bem de grana, bem de mulher, bem realizado no ofício que escolheu por conta dos prêmios que abocanhou. Mas ele acorda com dores lombares, tem tido uns acessos de tosse, está com os dias contados, é no que pensa dia e noite, o coitado. Não adianta o médico dizer que sua saúde está perfeita e que vai chegar inteiraço aos 100 anos, ele se sente condenado, vive e ama como se não houvesse amanhã, igualzinho à música do Renato Russo. O cara vive razoavelmente feliz suas 24 horas de cada vez, mas seria diabolicamente feliz sem a hipocondria, sem as palpitações que não acusam nada além de ansiedade.
A felicidade é uma mesa de três pés, há sempre uma pendência. Equilíbrio total, todos os lados funcionando, nadinha pra reclamar? Impossível. A vida não teria a mínima credibilidade sem o pedaço que falta.
Pessoas habitadas - Martha Medeiros
Uma pessoa pode ser altamente confiável, gentil, carinhosa, simpática, mas se não é habitada, rapidinho coloca os outros pra dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa possuída, não necessariamente pelo demo, ainda que satanás esteja longe de ser má referência. Clarice Lispector certa vez escreveu uma carta a Fernando Sabino dizendo que faltava demônio em Berna, onde morava na ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos de fada onde tudo funciona, onde todos são belos, onde a vida parece uma pintura, um rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que a salve do marasmo.
Retornando ao assunto: pessoas habitadas são aquelas possuídas, de fato, por si mesmas, em diversas versões. Os habitados estão preenchidos de indagações, angústias, incertezas, mas não são menos felizes por causa disso. Não transformam suas “inadequações” em doença, mas em força e curiosidade. Não recuam diante de encruzilhadas, não se amedrontam com transgressões, não adotam as opiniões dos outros para facilitar o diálogo. São pessoas que surpreendem com um gesto ou uma fala fora do script, sem nenhuma disposição para serem bonecos de ventríloquos. Ao contrário, encantam pela verdade pessoal que defendem. Além disso, mantêm com a solidão uma relação mais do que cordial.
Então são as criaturas mais incríveis do universo? Não necessariamente. Entre os habitados há de tudo, gente fenomenal e também assassinos, pervertidos e demais malucos que não merecem abrandamento de pena pelo fato de serem, em certos aspectos, bastante interessantes.Interessam, mas assustam. Interessam, mas causam dano. Eu não gostaria de repartir a mesa de um restaurante com Hannibal Lecter, “The Cannibal”, ainda que eu não tenha dúvida de que o personagem imortalizado por Anthony Hopkins renderia um papo mais estimulante do que uma conversa com, sei lá, Britney Spears, que só tem gente em casa porque está grávida. Zzzzzzzzzzz.
Que tenhamos a sorte de esbarrar com seres habitados e ao mesmo tempo inofensivos, cujo único mal que possam fazer é nos fascinar e nos manter acordados uma madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é melhor ainda.
Ate a rapa - Martha Medeiros
Alguns trazem dores recentes, outros trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses rostos anônimos têm um amor mal resolvido, uma paixão que não se evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação.
Por que isso acontece? Eu tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórica no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba.
É mentira dizer que não. Uns acabam cedo, outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia acaba e se transforma em outra coisa: amizade, parceria, parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor foi devorado até a rapa.
Dor-de-cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela, mas na vida real demanda muita energia, sem falar do tempo que ninguém tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso passar por todas as etapas: atração-paixão-amor-convivência-amizade-
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estar aberto para novos amores.
Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade, tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez.
Gaste seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e os maus momentos, passe por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de si mesmo, fechando o próprio ciclo.
Isso é que libera a gente para ser feliz de novo.
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Quem é Quem é ??? D.M.H.C.
Vc me enloquece sabia? Me tortura, me irrita, definitivamente não é o homem que sempre sonhei pra mim! Meio infantil, bobo d+, desligado..., meio materialista e debocha ate do mais serio dos assuntos. Você gosta de brincar com o coração dos outros e ainda ri disso! Um riso d nervoso, talvez de dúvida e indecisão, ou seja você é um fraco! Mais enfim vc não é o cara!
Eu quero alguém que me mande flores, pelo menos uma vez só pra eu saber como é pagar esse mico. Quero alguém q seja capaz de ter um papo cabeça mais que também adormeça assistindo Tom e Jerry d vez em quando, quero alguém que acima d tudo me respeite e me admire. Você não respeita muito as minhas decisões, pelo menos não as que dizem respeito ao fato d não t ver mais. E se me admira guarda isso pra si.
Eu quero alguém que se entregue por inteiro, assim como eu. Só que só tenho pedaços de você. Não, não, não! Vc não pode ser ele.
Vc é aquele negligente, mais que só por estar presente já coloca um sorriso no meu rosto, que quando liga, nem que seja só pra me zuar, já muda as cores do meu dia. Você é akele que no meio d uma conversa me tasca um beijo e me leva pro lugar onde mais desejo estar, nos céus!
Vc é akele que decifra meus desejos, desvenda meu olhar e desliza no meu corpo.
Se eu te encontro, pode ter certeza que volto com um brilho no olhar, um sorriso no rosto e me sentindo a mulher mais bonita e desejada que eu poderia ser.
Mais repito, vc não é o cara!
Vc é um equivoco! E por mais que eu queria e tente ser forte, sensata e decidida, sou derrotada. Perco milhões de vezes para o nosso amor. E ele é tão restrito, não vive d e regras, tãopoco de lucidez, não se vê pelas ruas,. Ele sobrevive e evolui entre 4 paredes, quase não vê a luz do dia, um amor que tem de ser cronometrado, na maioria das vezes tenso, não da nem pra ser confessado mais só por existir se faz imenso.
Me diz, como pode ser vc? Vc não é!
Vc é somente o cara do mundo real, akele q pode não ser muitas coisas mais que é tudo o que realmente preciso!