terça-feira, 16 de setembro de 2008

A minha despedida.

A carta


Sabe, eu gosto muito de cartas, cartas são sempre tão cheias de sentimentos, escrever uma carta é dedicar mais do que palavras e tempo, escrever para alguém é dedicar seus pensamentos. Muitas cartas, assim como esta, nem são para serem enviadas, apenas lidas, relidas e picadas em pedacinhos por nós mesmos depois de algum tempo. Cartas são muito mais remetente do que destinatário. Esta então é pra você e para o nosso fim.

Não preciso de cabeçalho nem d introdução, vou direto ao ponto.

... O que difere os seres humanos dos demais pra mim é a consciência de suas escolhas, eu fiz a minha enquanto te amei e me entreguei a você e você fez a sua, de não viver esse amor. Me revolta, me entristece, me deprime, mais fazer o que? São as suas escolhas. Como disse, ao te amar escolhi me entregar de corpo e alma. O que me atordoou por muito tempo foram as conseqüências desse amor. Incalculado, incoerente, inaceitável... mais de minha parte amor! E eu acho o amor um puta de um sacana, ele chega, entra sem bater a porta, sem pedir licença, se instala dentro d nos e bummm. E como é inconveniente esse amor... injusto, definitivamente é injusto: “amor depende do outro e não depende de nada, é simplesmente amor” Este só deveria sucumbir para duas pessoas em igualdades de condição, eu só deveria me apaixonar por você se você se apaixonasse por mim também, seria tão mais fácil... tão menos doloroso... só aprenderíamos menos, mais nesse caso, acho que nem teríamos muito a aprender.

Se o amor fosse assim, brotado por dois corações, nós não teríamos problemas, não é mesmo? Pois afinidades tínhamos aos montes, interesses em comum de sobra e os desejos à transbordar. Mais não tínhamos o principal, duas pessoas a mercê do amor. Durante muito tempo eu achei que ele também chegaria a você, que uma hora você iria se tocar de que não precisava de mais nada alem de mim, e que não corria riscos em se entregar a esse sentimento. Mais isso você nunca percebeu, ou não quis perceber, ou melhor, essa não foi a sua escolha.

Sendo assim meio tonta e estúpida insisti num erro durante muito tempo, você sabe o quanto estivemos nessa, era só ver um indicio de que me amava e eu chegava aos céus. Meu maior equivoco talvez tenha sido minha transparência, você soube o tempo todo o quanto eu era sua. Mais essa relação não chegou ao fim por conta de erros ou falhas. Termina por ausência, incapacidade (o que é muito pior). Acho que esse é o pior tipo. Pois não existe culpa só rejeição. Você me quis ao seu lado, na sua cama, e em boa parte do tempo, só não quis me amar. Por me sentir dependente desse tão estúpido amor fui indo durante muito tempo, me remetendo as suas mais ridículas condições. Mais agora basta, e nem me venha você com esse charme barato, não me permito mais tal humilhação.

Então amor acaba? Acredito que não, ele vai estar sempre aqui, será minha eterna cicatriz, o que acabou foi a minha paciência.

Um novo grito ecoa no meu peito: eu quero mais! Muito mais! Mais não mais de você!

Porem, a principal relevância desta carta esta em te dizer que não quero levar as magoas, os choros e nem os arrependimentos. Isso só me diria o quanto fui burra. Levo somente as boas lembranças, os sorrisos, as minhas alegrias e tudo que valeu a pena.

Venho te revelar sua importância, você foi o homem que fez me mulher, que me fez me sentir desejada... Você foi um capitulo importante, mais já não é mais o protagonista da minha história, agora chegou a hora de amar me sentir amada.

Portanto Adeus.

Um adeus enfim tranqüilo.




Deborah Cocchiarale

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